Pneumonia é uma palavra grega que significa “inflamação dos pulmões”. Trata-se de doença do trato respiratório inferior geralmente causada por vírus, bactérias, fungos ou inalação de agentes químicos.
É a causa mais comum de mortalidade em bebês e crianças menores de cinco anos, e uma das principais causas de internação de crianças em todo o mundo.
O quadro clínico da pneumonia é variado e inespecífico; poderá ser sutil dependendo de vários fatores, incluindo os agentes causadores da pneumonia, idade e imunidade da criança. Febre (normalmente por mais de 2 a 3 dias), respiração rápida e curta e tosse constituem o quadro clínico clássico. A febre pode estar ausente em bebês muito pequenos e crianças com problemas de imunidade.
A respiração acelerada, que é o aumento da frequência respiratória (tecnicamente chamada de taquipneia) é um sinal precoce que aparece nas pneumonias. Com a progressão do quadro vem outros sinais como o desconforto respiratório e gemência. Alguns pacientes só apresentam agitação e diminuição do apetite. A presença de chiado no peito é pouco comum nas pneumonias bacterianas.
A frequência respiratória (FR) deve ser aferida com a criança sem febre e calma (contar os movimentos do tórax em 1 minuto). Os valores variam de acordo com a faixa etária (FR em crianças normais; < 2 meses: < 60 mpm; 2-11 meses: < 50 mpm; 1-5 anos: < 40 mpm; 6-8 anos: < 30 mpm; e > 8 anos: <20 mpm).
O diagnóstico de pneumonia é baseado em aspectos clínicos: criança com tosse e febre, se apresentar também aumento da FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA, temos o diagnóstico de pneumonia, mesmo sem realizar raio-X de tórax.
Radiografia de tórax: não indicada para a avaliação de pacientes em tratamento ambulatorial (diagnóstico é clínico). Deve ser realizada em pacientes com baixa oxigenação, com esforço respiratório, assim como para os que não apresentam boa resposta ao tratamento para avaliar complicações.
A radiografia de tórax é imprecisa muitas vezes em diferenciar quadros virais de bacterianos e até pode ser normal no início do quadro. Deve ser realizada em casos de dúvida no diagnóstico, casos graves que necessitam hospitalização ou nas crianças já internadas que não apresentam melhora do quadro clínico.
A avaliação laboratorial (hemograma, hemocultura e provas inflamatórias) de crianças com pneumonia deve ser realizada em pacientes internados. Testes rápidos, como swab de nasofaringe para vírus respiratórios, quando indicados pelo médico, podem reduzir o uso desnecessário de exames de imagem e de antimicrobianos.
Na maioria dos casos o tratamento é feito com antibióticos que podem ser administrados por via oral no domicílio ou, nos casos graves que são a minoria, por via endovenosa em hospital.
A resposta ao tratamento é satisfatória em grande parte dos pacientes, sem que ocorram seqüelas ou quaisquer prejuízos futuros.
Complicações como derrame pleural, pneumonia necrotizante ou abscesso pulmonar podem acontecer em alguns casos. Nestas situações, a internação hospitalar torna-se necessária e pode ocorrer a indicação de procedimento cirúrgico (principalmente a drenagem torácica).
Em pneumonias complicadas ou de repetição, cabe ao pneumologista infantil conduzir uma investigação a fim de detectar possíveis fatores de risco que levem à ocorrência destas infecções, e assim se antecipar na prevenção de novos episódios.
Após o tratamento, a criança deve ser reavaliada, e o médico indicará um plano de acompanhamento.
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