ASMA: 5 fatos que você precisa saber

O que é asma?

A asma é uma doença  inflamatória crônica das vias aéreas. As vias aéreas (brônquios) dos asmáticos devido a esta inflamação ficam estreitas e inchadas, além do que produzem muco, dificultando ainda mais a respiração. A asma não tem cura, mas se tratada adequadamente vai interferir muito pouco na vida  do paciente. 

Os sintomas da asma como falta de ar, tosse, chiado e sensação de aperto no peito ocorrem quando a inflamação das vias aéreas aumenta muito e impede a passagem do ar, mas a inflamação está sempre presente, mesmo quando os pacientes estão sem sintomas. 

O que causa a asma?

A asma resulta de uma interação entre fatores genéticos (predisposição a alergias) e exposição ambiental. 

Interação genética quer dizer familiares que apresentam asma ou outra doença alérgica, como a rinite alérgica.

 Entre os fatores  ambientais temos a poeira doméstica, mofo, barata, clima seco e frio, poluição, fumaça, vírus. 

Asma ou Bronquite?

Há muito preconceito em relação à asma. A palavra asma, mesmo nos dias de hoje, ainda provoca muito medo entre as pessoas.  A asma era antigamente chamada de bronquite, bronquite asmática, bronquite alérgica, e o nome asma costumava ser associado aos casos de maior gravidade. Apesar dos vários apelidos, a nomenclatura correta é asma, e chamamos  de  asma desde quem tem sintomas leves, esporádicos, ou em alguns casos somente tosse (quando brinca, corre, dá risada, ao chorar), até sem chiado no peito e falta de ar, como  também quem tem sintomas frequentes, graves, muitas vezes com necessidade de internação. 

A maioria das pessoas ainda pensa em asma, como alguém sempre ofegante, com falta de ar e “dependente “ da bombinha. É preciso desmistificar isso.

Sintomas 

  • Episódios frequentes de chiado no peito.
  • Tosse particularmente à noite e ao acordar, mas também ao brincar e após dar risada, exercício físico. 
  • Falta de ar recorrente. 
  • Sensação de aperto no peito. 

Fatores desencadeantes mais comuns:

  • Tabagismo passivo e ativo
  • Contato com aero alérgenos (ácaros, epitélio de animais, pólen e fungos)
  • Cheiros fortes (produtos de limpeza, cloro, perfumes, etc.)
  • Clima seco, frio
  • Variações bruscas de temperatura 
  • Infecções respiratórias (gripes e resfriados)

Diagnóstico 

Meu filho chia, então ele tem asma?  Como saber?

A  asma não é a única doença que causa crises de chiado no peito. Outras enfermidades como:  infecções virais, refluxo gastro-esofágico, pneumonias atípicas, doenças cardíacas, fibrose cística também causam chiado no peito.

Para o diagnóstico de asma, é necessário consultar um médico que analisará a história clínica do paciente (história de vida da criança desde o nascimento), sintomas apresentados (frequência e intensidade). O diagnóstico da asma é essencialmente clínico. Alguns exames podem ajudar no diagnóstico, como a espirometria (prova de função pulmonar) e os testes de broncoprovocação. Entretanto, deve-se lembrar que se esses exames forem normais, não quer dizer que seu filho não tem asma. O médico também poderá solicitar alguns exames para ajudar a afastar outros doenças que também se apresentam com chiado no peito. 

Tratamento

Para o tratamento adequado do paciente, é extremamente importante o acompanhamento médico regular, mesmo quando não estiver apresentando sintomas. Deixe as crenças e preconceitos de lado. As dúvidas devem ser tiradas com seu médico. 

Quando falamos em tratamento, temos duas linhas de frente: 

  • tratamento das crises
  • tratamento de controle (manutenção).

O tratamento de controle deve ser de uso diário e contínuo.  Se existe inflamação na via aérea todos os dias, a medicação de controle deve ser usada todos os dias.  

Com o tratamento de manutenção (controle) prolongado e contínuo, tornamos as vias aéreas menos sensíveis aos estímulos do ambiente. Deste modo, a criança enfrenta as variações do clima e os resfriados sem apresentar uma crise. Consegue realizar as atividades físicas sem limitações, noites de sono tranquila. 

Você já deve ter ouvido falar nas famosas “bombinhas”!

As “bombinhas” são dispositivos na forma de spray aerosol (inalador dosimetrado) que carregam medicações para a asma.

Os medicamentos das “bombinhas”  podem ser broncodilatadores, corticóides ou ambos. Usamos os corticóides inalatórios em doses bem pequenas e por isso mesmo são seguros (seu uso diário permite o controle da asma).  Os broncodilatadores não são prejudiciais à saúde, se usados conforme orientação médica. 

Em crianças, as bombinhas devem ser usadas com espaçadores. 

Bombinha vicia?

Se você já teve dúvida e receio de usar as “bombinhas”, saiba que você não é o único.

Não seria mais fácil ingerir um remédio pela boca? 

O uso da  medicação inalatória é mais adequado para o tratamento das doenças respiratórias, pois o remédio  chega diretamente aos pulmões de forma rápida e segura, com menos efeitos colaterais.   As “bombinhas” (spray aerosol) não viciam e não matam, são apenas uma forma de apresentação para administrar medicamentos. São dispositivos que fazem com que os remédios atinjam as vias aéreas com maior facilidade e eficiência. 

O uso de medicamentos de uso diário e contínuo, não quer dizer que seu filho está viciado neles, significa que tem um problema de saúde de evolução crônica e precisa de determinados medicamentos para controle da doença pulmonar. 

Outras formas de tratamento 

Além das ”bombinhas”, existem outros dispositivos que também entregam a medicação diretamente aos pulmões. São os dispositivos em pó (turbuhaler, diskus e cápsulas) e os de névoa suave. Exigem maior coordenação e fluxo inspiratório adequados para sua utilização. Por isso são recomendados para crianças acima de seis anos de idade.  

A escolha do dispositivo para o paciente deve ser individualizada. Cada paciente é único.

Na escolha do medicamento e dispositivo deve ser levado em conta:  a idade, capacidade de coordenação e entendimento da criança.

A técnica de uso de qualquer medicação  para asma deve ser sempre explicada e checada em todas as consultas. O uso correto dos dispositivos tem relação direta com a eficácia e sucesso no tratamento.

O que não pode é deixar de tratar a Asma.

Espaçadores

Os espaçadores são dispositivos que são acoplados à “bombinha” e fazem com que a medicação das bombinhas atinja melhor a via aérea inferior, além de ajudar na coordenação da criança.

São utilizados desde bebês até adolescentes/adultos. Nos bebês e  até 5 anos de idade usamos os espaçadores com máscara e após esta idade podem ser utilizados sem a mesma, isto é, desde que o paciente esteja apto a usar o espaçador sem a máscara ( o uso deve ser SEMPRE revisto pelo médico em TODAS as consultas).

Controle da Asma

Conforme já foi dito, é preciso usar medicações que reduzam a inflamação nas vias aéreas, e assim controle a asma. Mas como saber se a Asma está controlada? 

A asma não está sob controle se nas últimas 4 semanas houve:

  • sintomas diurnos mais de 2X /semana
  • necessidade de medicação de alívio (broncodilatador) mais de 2X/semana
  • algum despertar noturno por conta da Asma 
  • alguma limitação nas atividades físicas por causa da Asma

5 FATOS QUE VOCÊ PRECISA SABER!

A “bombinha” não faz mal para o coração.  O aumento da frequência cardíaca durante o uso da bombinha é um efeito normal. É um efeito passageiro, assim como acontece ao andar, correr, essa aceleração não apresenta riscos à saúde. Todo medicamento deve ser usado de acordo com a orientação médica, evitando excessos e abusos. O que faz mal ao coração é a crise de asma.

O controle adequado da asma traz qualidade de vida para os pacientes e para a família!

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Dra. Ana Clara Toschi
Dra. Ana Clara Toschi

Pneumologista Pediátrica

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