O que é o Bebê Chiador?
A síndrome do Bêbe Chiador ou Lactente Sibilante, envolve crianças menores de 2 anos de idade, que apresentam chiado no peito (sibilância).Chamamos de síndrome, porque engloba diferentes doenças ou condições clínicas. Não é sinônimo de asma, a asma pode ser uma das causas.
Os lactentes com chiado no peito são divididos em:
● sibilante transitório ( início dos sintomas antes dos três anos de idade, com regressão, associados geralmente a episódios de infecção viral , mãe fumante);
● sibilante persistente (início dos sintomas antes dos três anos que persiste até a idade escolar, sendo estes os prováveis asmáticos)
Sintomas
São incluídas nesta síndrome o lactente que apresenta três ou mais episódios de chiado no peito, em um período mínimo de 2 meses ou então com chiado no peito superior a um mês de duração.
O principal sintoma do bebê chiador é o chiado no peito, também chamado de sibilo (daí o termo sibilância), mas além do chiado no peito, pode ocorrer também tosse, que pode ser seca ou produtiva;falta de ar ou cansaço;estridor (passagem turbulenta do ar na via aérea, ocorre na inspiração do ar).
Os sintomas podem variar desde quadros leves até graves, com desconforto respiratório importante. Os pais devem ficar atentos e procurar assistência médica quando for observado:
● Respiração rápida (acima de 40 incursões respiratórias/minuto)
● Aumento da irritabilidade e cansaço;
● Diminuição do apetite;
● Dificuldade para mamar
● Dificuldade para dormir.
● Vômitos
Casos Graves
● Gemência
● tiragem intercostal e fúrcula (costelas ficam mais evidentes ao respirar e afunda na região do pescoço)
● Batimento acelerado das asa do nariz
● Arroxeamento (cianose) de lábios e extremidades
Quais são as causas do bebê chiador?
Existem diversas causas para a síndrome do bebê chiador. Causas de sibilância em lactentes com chiado no peito:
Frequentes
● Bronquiolite
● Asma
● Infecções virais
Pouco Frequentes
● Refluxo gastro-esofágico
● Aspiração de corpo estranho (amendoim, pipoca. milho, feijão, peças pequenas de brinquedos, entre outros)
● Fibrose Cística
● Displasia Broncopulmonar
Mais Raras
● Alergia ao leite de vaca
● Anel vascular
● Fístula traqueoesofágica
● Bronquiolite Obliterante
● Traqueomalácia
● Tumores mediastinais
● Imunodeficiências
● Tuberculose
● Insuficiência Cardíaca
Diagnóstico
A avaliação inicial deve constar de história clínica detalhada e exame físico completo. A história clínica deve apresentar dados sobre a idade em que começou a sibilância, frequência (persistente ou não, mais frequente em alguma estação do ano?), gravidade (internação ou não), sintomas associados: tosse (se é seca ou produtiva, horário mais frequente, foi de início súbito?, após engasgo?), vômitos, falta de ar, cianose, febre e perda de peso. Verificar também a exposição a fatores de risco (tabagismo passivo, mãe fumou na gestação? , infecções, outros irmãos, frequenta creche?), outras manifestações de atopia (dermatite , rinite), informações perinatais ( doença pulmonar crônica neonatal, anomalias congênitas), idade do desmame, caracterização do hábito intestinal,e presença de consanguinidade (fibrose cística), infecções de repetição, condições de habitação e antecedente familiares (asma. rinite alérgica).
O diagnóstico mais difícil, nesta idade, é o de asma. Tem sido proposto alguns critérios para a definição de asma em lactentes:
1. critérios maiores:
● um dos pais com diagnóstico de asma
● dermatite atopica
2. critérios menores:
● alergia alimentar
● sibilância na ausência de infecção de via aérea superior
● eosinófilos no hemograma maior ou igual a 4%
A presença de um critério maior e/ou dois critérios menores: risco para desenvolver asma futura é de 60%.
Critérios negativos: 10% das crianças apresentaram asma.
Exames
A solicitação de exames complementares deve ser sempre orientada pelos dados de história clínica e exame físico, a critério do pediatra ou pneumologista pediátrico.
Tratamento
O tratamento do bebê chiador vai depender da causa. Na crise aguda de chiado no peito, está indicado o uso de broncodilatador por via inalatória (aerossol pressurizado dosimetrado com espaçador). Dependendo do parecer médico, pode ser usado o corticoide por via oral por cerca de 5 dias. Após avaliação médica criteriosa, nos casos de chiado no peito muito frequente e/ou persistente pode ser feita medicação preventiva composta por corticóides inalatórios, através de aerossol pressurizado . dosimetrado com espaçador.
Conclusão
O lactente que apresenta a síndrome do bebê chiador, deve ter acompanhamento médico regular para que faça um diagnóstico correto e consequentemente tenha um tratamento adequado.